Abstract Disinformation is not a new phenomenon. Even so, in recent years its relevance on the public agenda has increased, as the victory of Brexit supporters in the UK or the election of Donald Trump for US president have shown. Academic interest runs in parallel to the consideration of disinformation as a growing priority for governments and international organizations. On the other hand, the emergence of the COVID-19 pandemic accelerated the decline of regional media, already affected by the digital transformation and declining business models, now challenged by the platforms, which became essential mediators in the advertising market. The decline of regional media leaves communities in a state of serious vulnerability as information is increasingly consumed through social media, where disinformation easily proliferates. As in the pandemic context, disinformation is also a virus that spreads quickly and has a high potential for damage to democracy, namely at a local level. It is precisely where we intend to focus the debate, curiously where it has been little present. It is precisely from the local public sphere that responses to disinformation can emerge, especially in a collaborative relationship between journalists and (other) active members of the community.
Resumo A desinformação não é um fenômeno novo. Ainda assim, nos últimos anos, a vitória dos apoiantes do Brexit (Britan exit – Saída do Reino Unido da União Europeia) no Reino Unido ou a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos mostraram sua relevância na agenda pública. O interesse acadêmico corre paralelamente à consideração da desinformação como prioridade crescente para governos e organizações internacionais, pela sua relevância geoestratégica e para a segurança nacional. Por outro lado, o aparecimento da pandemia de Covid-19 veio acelerar o declínio dos meios regionais, já afetados pela transformação digital e o modelo de negócios, agora desafiado pelas plataformas, que se tornaram mediadores essenciais no mercado publicitário. O declínio dos meios regionais deixa as comunidades em estado de grave vulnerabilidade, já que a informação é cada vez mais consumida através das redes sociais e nelas a desinformação facilmente prolifera. Tal como no contexto pandêmico, também a desinformação é um vírus que se propaga rapidamente e com elevado potencial de dano à democracia, designadamente em nível mais local. É precisamente aí que pretendemos centrar o debate, particularmente onde tem estado pouco presente. Entendemos que é a partir da esfera pública local que podem emergir respostas à problemática da desinformação, especificamente numa relação colaborativa entre jornalistas e (outros) membros ativos da comunidade.